"Ele tem feito bem todas as coisas" (Mc 7,37). Com
essa frase do Evangelho de São Marcos, podemos ver um traço da personalidade de
Jesus. Era um homem maduro em todos os sentidos. A maturidade é sinônimo de eficiência, eficácia e
simplicidade. Em suma, maturidade é sinônimo de santidade!
Afetivamente: maduro! Psicologicamente: maduro!
Politicamente: maduro! Espiritualmente: maduro! Jesus Cristo era tão maduro
que, no derradeiro dia, prestes a entregar-se nas mãos do Pai Celeste, afirmou:
“Tudo está consumado!” (Jo 19,30). Que êxito! Os seus 33 anos bem vividos. Não
faltava nada! Tudo foi "bem" feito. Não deixou as coisas
"pela metade". Não precisou de um dia a mais. Nem mesmo um minuto
além do que Lhe foi dado. Tudo consumado! Bem diferente de algumas pessoas que
chegam ao final da vida com “tudo consumido”. Que incrível diferença faz uma
única letra: consumado, consumido. Que alegria seria se muitos dos nossos
políticos pudessem ter um fim de mandato semelhante ao de Cristo. Que honra
seria saber que muitos padres, pais, médicos, professores, profissionais das
mais variadas áreas, encerraram a carreira com tudo “consumado” e não
“consumido”!
A maturidade de Cristo se dá não apenas por talento pessoal
ou predisposição genética. É verdade que Seus pais: Maria e José, eram justos; isto é, cumpriam
fielmente o que lhes era recomendado pela lei religiosa. Mas acima de tudo,
Jesus aprendeu isso de Seu Pai Celeste. No início da Bíblia, vemos que Deus
criou o mundo e viu que tudo era bom (cf. Gn 1,10). Ou seja, a obra do
Todo-poderoso é boa! É bem feita! É perfeita!
Que necessidade temos de aprender essa qualidade de Jesus! Quantas vezes deixamos as coisas por fazer, ou fazemos as coisas de qualquer jeito. Neste mundo escravo do tempo e intoxicado por múltiplas tarefas, descobrimos homens e mulheres apressados, estressados e doentes porque não conseguem cumprir uma agenda, atender todas as solicitações e corresponder a todas as expectativas.
Que necessidade temos de aprender essa qualidade de Jesus! Quantas vezes deixamos as coisas por fazer, ou fazemos as coisas de qualquer jeito. Neste mundo escravo do tempo e intoxicado por múltiplas tarefas, descobrimos homens e mulheres apressados, estressados e doentes porque não conseguem cumprir uma agenda, atender todas as solicitações e corresponder a todas as expectativas.
Talvez o grande problema seja nossa extrema capacidade de
complicar as coisas que são tão simples. Conseguimos tempo para tudo o que é
secundário e deixamos de lado o que é essencial. A escala de valores foi
perdendo sua textura natural e acabamos por colocar em primeiro lugar itens que
não garantem um final feliz. A vida se torna pesada demais quando colocamos
mais peso no telhado e nos esquecemos de fortalecer o alicerce da própria casa.
Que o digam os engenheiros encarregados de justificar os desabamentos,
causadores de muitas mortes, que vimos nos noticiários nacionais ultimamente.

Era íntegro o bastante para não se afligir com a opinião
alheia, acolhia pecadores e excluídos. A todos tinha uma palavra pacífica e
orientadora (“Bem-aventurados os mansos!” – Mt 5,5 ). Amadureceu sem se desviar
do motivo da própria existência. Aliás, tinha um sentido claro da própria vida
(“Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância!” – Jo 10,10).
Padre Delton Filho
Canção Nova