08 maio 2012

Precisamos viver a radicalidade de Cristo


Já há algum tempo que venho tendo algumas moções sobre a radicalidade de Cristo. E é interessante que não há como camuflar ou interpretar suas palavras de forma diferente. A sua palavra é penetrante como uma espada. Ela nos atinge e nos marca de tal forma que não conseguimos vencê-la com nossos argumentos ou mecanismos humanos.

É interessante que Cristo nunca tenha voltado atrás em algo que disse; nunca tenha reconsiderado algo. Uma vez que disse alguma coisa, está dito. Por quê? Porque Ele é a verdade. Ele veio ao mundo dar testemunho da verdade. Quando Jesus foi preso, Pilatos lhe perguntou: És, portanto rei? E sua resposta foi: “Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que eu nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18, 37).

A radicalidade de Cristo é algo que chega a incomodar, inclusive a nós que somos Cristãos. Temos medo, queremos fugir, readaptar o que Cristo nos disse, como se muitas vezes isso fosse resolver nossos problemas. Porém, a solução para os nossos problemas e a estatura alta a que nós podemos chegar estão na vivência dessa radicalidade. Os mecanismos humanos que criamos para resolver nossos problemas não são suficientes, não são consistentes. Fora de Cristo, tudo se torna muito vulnerável. Viver a radicalidade de Cristo nos introduz numa maturidade impressionante e numa felicidade nunca experimentada!

Todo o que é da verdade ouve a minha voz – foi dessa forma que Jesus disse. Se alguém não acolhe as palavras de Cristo é porque (esse) não é da verdade. Ou seja, se eu não acredito naquilo que Jesus diz, não sou coerente com o que decidi seguir.

Há um relato bíblico que é muito importante e através dele podemos entender um pouco sobre essa radicalidade. Cristo disse: “… se não comerdes a carne do filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos” (Jo 6, 53). Ao ouvir suas palavras, muitos dos seus discípulos disseram: “Isto é muito duro! Quem o pode admitir”? – Ficar escandalizados com as palavras de Cristo já acontecia naquele tempo e com (pelos) seus próprios discípulos. Depois de escutar suas palavras a respeito do seu corpo e sangue, muitos deles se retiraram e já não andavam mais com Ele. A palavra de Cristo une e ao mesmo tempo divide. Quem é da verdade se une a Ele, quem não é da verdade se separa Dele e diz como os discípulos: “Isto é muito duro! Quem o pode admitir?” (Jo 6, 59). Haja vista, para se ter uma ideia, muitos não acreditam na Eucaristia por achar que isso é muito duro. Afinal, como Cristo pode nos dar de sua carne para comer e do seu sangue para beber? Mas quem não acredita nisso não pode ser da verdade. (E aproveitando que estou falando da verdade, posso dizer que só na Igreja Católica temos a verdade completa revelada por Cristo. Nas outras denominações cristãs estão apenas fragmentos dessa verdade, mas não existe a verdade em sua totalidade).

Uma das frases bíblicas que acho mais bonita é quando Ele, vendo seus discípulos indo embora, diz: “E vós também queres ir embora”? E Pedro responde: “Senhor, a quem iremos nós? Só Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6, 67-68).


Fábio Junior                                    .
Postulante na Comunidade Pantokrator