Lemos em Hebreus 10,7.9-10: “Então eu disse: Eis
que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus,
para fazer a tua vontade (Sl 39,7ss). Em seguida, ajuntou: Eis que venho para
fazer a tua vontade. Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia.
Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para
sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo”.
Jesus Cristo para nós, irmãos, é a proposta de Deus Pai, é o convite de Deus Pai, para que possamos fazer a Sua vontade. Jesus que é íntimo do Pai, deixa o Céu, vem à Terra, e assume a nossa humanidade em tudo, exceto no pecado. Ele vive escondido em Nazaré e, quando começa a pregar, a sua pregação consiste neste anúncio: Ele veio para fazer a vontade do Pai.
Jesus Cristo para nós, irmãos, é a proposta de Deus Pai, é o convite de Deus Pai, para que possamos fazer a Sua vontade. Jesus que é íntimo do Pai, deixa o Céu, vem à Terra, e assume a nossa humanidade em tudo, exceto no pecado. Ele vive escondido em Nazaré e, quando começa a pregar, a sua pregação consiste neste anúncio: Ele veio para fazer a vontade do Pai.
Hoje é o dia na história em que se cumpre, em sua plenitude,
a vontade do Pai. É importante, neste tempo do Tríduo Pascal, que não
percamos tempo com explicações, pois para quem entendeu o mistério, o
silêncio fala. Um altar que é desnudado, sem flores, sem imagens, fala ao
nosso coração. A Igreja vai formando neste tempo o seu povo com uma catequese
visual, com os símbolos de cada uma das celebrações deste tempo. É importante
que você preste atenção nos sinais deste tempo, um tempo onde falamos
menos e escutamos mais.
Fazer a vontade do Pai é determinante para o cristão. A
Palavra de Deus nos diz em Mateus 12,46-50: “Jesus falava ainda à
multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a
ocasião de lhe falar. Disse-lhe alguém: Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e
querem falar-te. Jesus respondeu-lhe: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?
E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: Eis aqui minha mãe
e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse
é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Jesus está nos revelando um “segredo de família”. Ele não
está desprezando a Sua Mãe. Mas, antes, Ele está “dilatando” os limites de sua
família ao afirmar que os membros dela são os que fazem a vontade de Deus.
“Trazemos a marca, a inscrição daqueles que escolheram fazer
a vontade de Deus”
Veja o exemplo do boi que é marcado na pele com a marca do
seu dono: ele vai morrer e vai levar aquela marca no seu couro para a cova.
Muito mais acontece conosco: no boi a marca é superficial, é na pele do animal,
mas para nós, esta marca fica gravada no nosso coração, lá no profundo do nosso
ser. Ninguém pode roubar esta marca. Trazemos a marca, a inscrição
daqueles que escolheram fazer a vontade de Deus.
Como está o índice da realização da vontade do Pai na sua
vida? Olhando hoje para a sua história, será que as pessoas ao seu redor
conseguem ver em você esta marca da realização da vontade do Pai? Saiba que não
basta conhecer a vontade do Pai, é preciso fazer a vontade d’Ele!
Fazer é um verbo diferente de conhecer. Fazer implica
gestos concretos, testemunho de vida. Fazer a vontade do Pai indica um
compromisso em realizar esta vontade mesmo que ela não esteja em conformidade
com a minha. Jesus ensina seus discípulos a rezarem ao Pai, a se voltarem
para o Pai, e quando Ele ensina a Oração do Pai Nosso, Jesus vai dizer: “Seja
feita a Tua vontade (a vontade do Pai) assim na Terra como no Céu”.
Trazemos “grudadas” em nós as nossas vontades. E é fato, que
nos convertemos. Quando precisamos lemos a Bíblia, rezamos o Terço, vamos à
Missa aos domingos, até assistimos aos programas da TV Canção Nova. Isso é bom,
isso é uma conversão. Só que existe uma conversão mais profunda, que consiste
num processo de amadurecimento onde transformamos a nossa vontade na vontade do
Pai.
Eu preciso dizer que as pessoas hoje vivem a “ditadura da
própria vontade”,querendo fazer a todo custo a própria vontade! Quantos casais
rompem o relacionamento e, quando isso acontece, o rapaz vai e sequestra a moça
ou mesmo a mata. E por quê? Porque as coisas não aconteceram conforme a sua
vontade. O jeito das coisas acontecerem tem que ser o meu! E quanto sofrimento
causado por causa do apego à nossa vontade, mais até do que a própria realidade
do sofrimento em si.
Nós podemos com a nossa vontade desequilibrada matar as
pessoas ao nosso redor. E hoje é o dia para “adestrarmos” a nossa vontade,
para a colocarmos em conformidade com a vontade do Pai. Este é um processo onde
vamos renunciando a nós mesmos.
Em Marcos 8,34 está escrito: “Em seguida, convocando a
multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer
seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Imagine uma escada com três degraus: o primeiro degrau é renunciar a si mesmo, o segundo é tomar a sua cruz e o terceiro é seguir ao Senhor. Quando queremos então pular um destes degraus, queimando etapas, vamos ficando como aquelas crianças “mimadas”, onde tudo gira ao redor delas. O primeiro passo é renunciar a si mesmo. Isso é um critério de seguimento a Jesus Cristo.
Imagine uma escada com três degraus: o primeiro degrau é renunciar a si mesmo, o segundo é tomar a sua cruz e o terceiro é seguir ao Senhor. Quando queremos então pular um destes degraus, queimando etapas, vamos ficando como aquelas crianças “mimadas”, onde tudo gira ao redor delas. O primeiro passo é renunciar a si mesmo. Isso é um critério de seguimento a Jesus Cristo.
Tem gente que perde um parente e fica revoltado com Deus.
Quem te deu o direito de achar que alguém jamais iria morrer na sua casa? Ou
que não viria alguma enfermidade? Deixe de ser esta criança mimada.
Nestes dias nós não somos convidados a assistir a um
espetáculo, mas a participar deste mistério. Você já tem a sua cruz, já
tem o desejo de seguir os passos de Jesus, mas tem esquecido do primeiro
degrau: renunciar a si mesmo em primeiro lugar. Você tem pulado este degrau, e
aqui neste acampamento de oração chamaremos sua atenção sobre isso.
Está escrito em Lucas 22,39-42: “Conforme o seu
costume, Jesus saiu dali e dirigiu-se para o monte das Oliveiras, seguido dos
seus discípulos. Ao chegar àquele lugar, disse-lhes: Orai para que não caiais
em tentação. Depois se afastou deles à distância de um tiro de pedra e,
ajoelhando-se, orava: ‘Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não
se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua’ ”.
Este é o segredo para sairmos da “ditadura da própria vontade”. Você acha que algum dia uma criança será capaz de fazer esta oração? Porque a criança sempre quer o presente mais caro, aquele brinquedo de maior valor em toda a loja. A criança não vai dizer ao seu pai: “Pai, a minha vontade é ter aquele carrinho que custa 2.500 reais, mas que seja feita a tua vontade e não a minha!” Você acha que a criança vai dizer isso? É lógico que não! Por isso, a espiritualidade da Semana Santa nos chama à uma maturidade. Porque “brincando” ninguém sobe na Cruz!
Este é o segredo para sairmos da “ditadura da própria vontade”. Você acha que algum dia uma criança será capaz de fazer esta oração? Porque a criança sempre quer o presente mais caro, aquele brinquedo de maior valor em toda a loja. A criança não vai dizer ao seu pai: “Pai, a minha vontade é ter aquele carrinho que custa 2.500 reais, mas que seja feita a tua vontade e não a minha!” Você acha que a criança vai dizer isso? É lógico que não! Por isso, a espiritualidade da Semana Santa nos chama à uma maturidade. Porque “brincando” ninguém sobe na Cruz!
As pessoas ao seu redor tentarão ver em você sinais
concretos da vontade de Deus realizada em sua vida. A nossa vontade é como um
cavalo selvagem: ela precisa ser adestrada, senão a gente passa por cima dos
valores, das pessoas, como se fôssemos um trator. Porque a mesma mão que se
ergue para rezar é a mesma que pode se fechar para dar um soco no rosto do
irmão!Conversão é o tempo de adestrar esta vontade.

Eu tenho certeza que muitos que estão em casa estão sofrendo e são incompreendidos em sua dor. Mas, hoje, eu quero convidá-los a subir esta escada. Degrau por degrau. O primeiro degrau é renunciar à própria vontade. Às três horas da tarde de hoje, viveremos o segundo degrau, mas agora é preciso viver este primeiro degrau.
Se a Igreja e a graça de Deus encontrarem pelo menos um
coração em nosso meio disposto a viver a vontade de Deus, disposto a viver a
Semana Santa dentro do próprio coração, então tudo isso que estamos vivendo
hoje valerá a pena! E nós, daqui de onde estamos, continuaremos a falar: “Ou
santos ou nada!”, “Por hoje não vou mais pecar!” e não nos calaremos diante do
mundo que nos calunia porque queremos fazer a vontade de Deus.
O que você precisa renunciar hoje? Para que continuar
vivendo como uma criança mimada querendo para si sempre o presente “mais caro”?
O primeiro passo para fazer a vontade do Pai é renunciar a própria vontade. Não
se esqueça disso. Coloque os seus pés, através da oração, neste primeiro degrau
e renuncie à própria vontade. Fale para Deus das suas dores, daquelas vezes em
que você ficou aborrecido, como uma criança mimada, porque a sua vontade não
foi realizada. Deus quer mudar tudo isso dentro de você. Do contrário, você não
conseguirá permanecer em pé no próximo degrau. E este próximo degrau não é
o de renunciar a própria cruz, mas antes abraçá-la.
Pe. Fabricio - Canção Nova